Ainda a propósito de discursos e da Liberdade.
Comemorou-se a 25-04 o dia da Liberdade
e dos ideais de Abril.
O Poder e a própria Sociedade ainda
não clarificou quais eram. Ergue-se a bandeira em defesa de uns mas actua-se em
função de outros.Porque a arrogância, a prepotência, e o abuso do Poder continuam a ser a pedra de toque desta nossa sociedade.
A distinção entre Direitos e Deveres é um assunto esguio e custa arrostar.
Temos, efectivamente, a Liberdade de expressão, uma das regalias de Abril, mas depois temos as consequências do uso desse direito. A perseguição, a ostracização e o desprezo.
A liberdade de respeitar os interesses individuais e colectivos passaram para segundo plano. O importante é não afrontar quem decide. A objectividade do pensamento e a clarificação de um desejo tem que ser contornada pela dicotomia filosófica de uma essência dialética com vista ao fim pretendido.
A liberdade de se ser um igual entre iguais foi ultrapassado pela hierarquização do poder e do seu lugar nesse estrato.
Temos uma Liberdade condicionada.
Condicionada pelo Poder económico, pela hierarquia social e, acima de tudo, pela necessidade.
A repressão passou a ter outra cara. Mais branda e com um tipo de violência diferente. A coacção moral passou a ser o modelo.
Manda quem pode, obedece quem deve.
Sempre foi assim e nem uma outra revolução dos cravos irá acabar com ela.