A propósito desta guerra entre a Rússia e a Ucrânia, vem-me à cabeça uma história que penso que ilustra bem o que se passa e, principalmente, o papel dos defensores do invasor.
"Num certo bairro cá do burgo, um pai tinha duas filhas jovens, fogosas e todas as viradas para a frente. Um grupo de jovens, frequentadores lá do ginásio, rufias e atrevidos, sentados lá no muro da rua, sempre que o pai passava com as filhas, gostavam de mandar umas bocas. "És toda boa", "Anda brincar connosco aos médicos". "Um dia faço-te um filho", tudo bocas que deixavam as meninas ruborizadas, mas que não agradavam ao pai. "Um dia chamo a Polícia, suas rufias. Ide trabalhar", lá ameaçava o pai.
Certo dia, um dos rapazes vê uma delas a passear sozinho e apalpa-a. A vizinhança vê e não diz nada. Pensam para com eles. "São jovens" "É tudo sangue na guelra". "Um rapariga nem se queixou, se calhar até gostou." Ela faz queixa ao pai que, diante da juventude e a força dos rapazes ameaça que vai reclamar ás autoridades e pedir que patrulhem o bairro. Os rapazes não gostam e, num certo dia, estão todos excitados e, quando o pai vai a passar com os miúdas, caem-lhe em cima para abusar delas e violá-las.
O pai luta com todas as suas forças, pede ajuda aos vizinhos e aos amigos, mas a única coisa que consegue é que lhes dê um pau para afugentar os rufias. E dizem-lhe: "Eu até ajudava, mas não é nada comigo", "Se fosse no meu bairro, até os desfazia". E o pai lá vai lutando para defender as filhas, enquanto eles vão rasgando as roupas às raparigas.
Entretanto alguns vizinhos e alguns amigos dos rapazes, lá do alto da sua cátedra, vaticinam alto e bom som. "Este pai é burro. Não sabe preservar a paz aqui no bairro?" "Faz pouco barulho, não quero que os meus filhos vejam" "Elas vão ser comidas e vão, qual é a diferença ser estes ou outros?" Elas estavam a pedi-las. Então ameaça chamar a Patrulha? "A culpa é delas. Quem as manda andar por aí de mini-saia?. "Estás velho, deixa a juventude divertir-se".
E o Pai lá vai lutando pela integridade das filhas, à espera que a violação deixe poucas marcas nas meninas que vão esbracejando como podem enquanto não chega mais ajuda"