quarta-feira, abril 17, 2013

Falhei!!!


A vida de um treinador é complicada.
O treinador é aquele em quem o atleta confia e está disposto a sofrer pelos sonhos que o seu mestre lhe induz.
E quando o mestre falha, a sua consciência não pode ficar tranquila. Porque o empenho e o esforço não tiveram a sua recompensa. Os êxitos são do atletas mas os inexitos são do treinador.
E eu falhei. Não porque não tivesse dado a motivação suficiente ou porque os atletas não tivessem seguido os ensinamentos.
Falhei porque os deixei ir fazer um Teste de ergómetro em que eu próprio não conhecia as máquinas. E isso não me deixa de consciência tranquila.
As condições de treino no Clube são aquilo que toda a gente sabe. As maquinas não tem mostradores e as que tem são do seculo passado, logo sem capacidade de aferir outros valores que não sejam os parciais e trabalhar a capacidade fisica. A única relativamente mais recente é minha e depois dessa já saíram pelo menos mais três modelos. É conhecido que considero o ergómetro uma excelente ferramenta de treino alternativo e pouco mais. Por considerar que o ergómetro influência o desempenho técnico, os treinos são pouco constantes com especial incidência no trabalho na agua.
Mas os testes foram realizados em ergómetros e recentes.
Apesar de ter pedido para se ambientarem e fazerem o aquecimento utilizando o “drag” em que se sentissem mais à vontade, a realidade é que colocaram a regulação na mesma posição que nas maquinas em que treinam. E elas não são iguais. O receio de falhar, o nervosismo e a ansiedade, sendo o seu primeiro teste de ergómetro na distância, fez com que eu acreditasse que aquela era a melhor opção delas.
Mas não foi. E a responsabilidade é minha pois é meu dever conhecer todas as realidade e medir as consequências.
Fizeram um mau resultado apesar do brilhante e esforçado desempenho.
É claro que se tivesse optado por lhes colocar a maquina mais “pesada” poderia estar com o mesmo dilema.
A realidade é que nas máquinas “velhas” fazem, em treino, valores que permitem acreditar que tem lugar entre os melhores atletas nacionais e, no primeiro e único teste a sério em maquinas novas ficaram bem longe do pedido. E não é por falta de valor, pois os resultados na água tem dito o contrário.
Ficaram de fora da etapa seguinte. Estou triste e desiludido. Não com elas ,mas comigo próprio.
Elas não mereciam.

6 comentários:

Pedro disse...

Carlos,
Só não entendo uma coisa, ou duas, ou se calhar três.
O que foram elas fazer ao teste se não tinham capacidade física para entrar, e não é de agora pois ainda no tempo da outra Federação, no Pocinho também não conseguiam entrar e acabavam os ergómetros a chorar.
Depois, ganhar em Feminino em Portugal ainda é mais fácil que em masculino, prova disso é ver o número de raparigas que fazem mínimos no ergómetro.
Em terceiro lugar, dá ideia que as mandas ir para os testes só numa de ir e sem preparação, quem se predispoem a ir a testes para a selecção é porque quer entrar, quere treinar ainda mais e quer fazer disso a sua vida.
É isso mesmo que as tuas raparigas querem fazer da vida nos próximos anos? É que se não for não vale a pena sequer tentarem entrar, só se estam a enganar a elas e a quem lá está. Ou então és tu que enquanto treinador as pões num patamar onde elas ainda não estam, e nessas idades não há nada pior do que as expectativas demasiadamente lá em cima.
Cumprimentos

Super disse...

Pedro???
Ainda existe uma 4ª coisa que não entendes. E essa anula todas as outras.
Em 1º NUNCA mandei nenhuma atleta ao Pocinho.
Todas as que foram foi a Montemor. Em 2008/9 foi a Cristina Silva e sem qualquer preparação entrou de "caras" embora não tivessse motivação para lá estar. Mas como a equipa técnica era aquilo que todos sabem, nunca falaram comigo sobre os meus atletas ou qualquer outro assunto.
Depois só no ano passado é que mandei a Sara e entrou pelos testes de agua com toda a facilidade e nos testes que realizou em MONTEMOR, fez 2:01.
Sobre o ser mais facil, ponho algumas reservas, mas as opiniões são como azeitonas. Há para todos os gostos.
Depois, se elas tem motivações para o futuro ou não, é discutido com o selecionador nacional e sou claro e frontal para dar a minha opinião. Não quero atletas na selecção só para encher paginas dos pasquins da terra.
E por fim, se elas não tivessem condições fisicas para ir, não as tinha mandado. Foram e estavam preparadas para fazer, pelo menos, os mínimos e mostrar na agua quem é que anda.
Portanto, mandar "postas de pescada" só por mandar, fica mal.
Se não fizeram os registos que se esperava, a culpa foi minha pois nos treinos, sem qualquer pressão, andam nesses registos. Por isso é que foram.
Nota: É "estÃO" e não "estaM". 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito. "Estam" não existe, como tal deves estar a fazer confusão, tal e qual como com o teu comentário
Abraço.

Cartão de cidadão 01924595 disse...

Caro Super.
Há anos que leio atentamente os seus comentários, mas é a primeira vez que utilizo o seu espaço.
Sempre o considerei um comentador muito útil para o REMO PORTUGUÊS.
Sei que não tem obrigação, mas gostava de o ver, em nome do NOSSO REMO, comentar as últimas prestações dos NOSSOS remadores de prestígio internacional. Possivelmente mais conhecidos no estrangeiro do que no nosso PORTUGAL. Obrigado!

Anónimo disse...

E actualizações nada? Com tanto tema que houve nestes últimos tempos

Anónimo disse...

Carlos, perante as mais recentes alterações feitas pela FPR, julgo ser necessário debater e publicares um artigo no teu blog. Tendo tu sido tão critico do Rascão Marques, algumas destas novas medidas, não deixam nada atrás o nosso velho despota que pelos vistos já tem substituto!

ps: anda tudo muito calado e a ver a banda a passar, assistindo calmamente a uma FPR que quer transformar o remo nacional num punhado de pessoas que remam em alta competição, esquecendo-se de todas as outras.
Abraço

Harozeze disse...

Viva,
O lema é não desistir mas sim olhar em frente.
Viva o REMO, Viva o CDUP.

Antigo atleta do CDUP Internacional e campeão Nacional de meu querido Club de infância CDUP.

CDUP Sempre.
Saudações,
José Faria
(pequeno COX)