quinta-feira, março 24, 2022

O Conflito na Ucrânia (Uma explicação terra-a-terra)

 

A propósito desta guerra entre a Rússia e a Ucrânia, vem-me à cabeça uma história que penso que ilustra bem o que se passa e, principalmente, o papel dos defensores do invasor.

"Num certo bairro cá do burgo, um pai tinha duas filhas jovens, fogosas e todas as viradas para a frente. Um grupo de jovens, frequentadores lá do ginásio, rufias e atrevidos, sentados lá no muro da rua, sempre que o pai passava com as filhas, gostavam de mandar umas bocas. "És toda boa", "Anda brincar connosco aos médicos". "Um dia faço-te um filho", tudo bocas que deixavam as meninas ruborizadas, mas que não agradavam ao pai. "Um dia chamo a Polícia, suas rufias. Ide trabalhar", lá ameaçava o pai.

Certo dia, um dos rapazes vê uma delas a passear sozinho e apalpa-a. A vizinhança vê e não diz nada. Pensam para com eles. "São jovens" "É tudo sangue na guelra". "Um rapariga nem se queixou, se calhar até gostou." Ela faz queixa ao pai que, diante da juventude e a força dos rapazes ameaça que vai reclamar ás autoridades e pedir que patrulhem o bairro. Os rapazes não gostam e, num certo dia, estão todos excitados e, quando o pai vai a passar com os miúdas, caem-lhe em cima para abusar delas e violá-las.

O pai luta com todas as suas forças, pede ajuda aos vizinhos e aos amigos, mas a única coisa que consegue é que lhes dê um pau para afugentar os rufias. E dizem-lhe: "Eu até ajudava, mas não é nada comigo", "Se fosse no meu bairro, até os desfazia". E o pai lá vai lutando para defender as filhas, enquanto eles vão rasgando as roupas às raparigas.

Entretanto alguns vizinhos e alguns amigos dos rapazes, lá do alto da sua cátedra, vaticinam alto e bom som. "Este pai é burro. Não sabe preservar a paz aqui no bairro?" "Faz pouco barulho, não quero que os meus filhos vejam" "Elas vão ser comidas e vão, qual é a diferença ser estes ou outros?" Elas estavam a pedi-las. Então ameaça chamar a Patrulha? "A culpa é delas. Quem as manda andar por aí de mini-saia?. "Estás velho, deixa a juventude divertir-se".

E o Pai lá vai lutando pela integridade das filhas, à espera que a violação deixe poucas marcas nas meninas que vão esbracejando como podem enquanto não chega mais ajuda"


sexta-feira, agosto 16, 2019

O Pardal dos ovos mexidos


Esta guerra dos motoristas em que o Governo tomou partido, com atitudes que se podem dizer a roçar o autoritarismo dos países de índole socialista/comunista, teve no dirigente Pardal o seu maior expoente ao servir de bode expiatório para aquilo que era uma das preocupações do Executivo. Não deixar arrefecer o consumo dos combustíveis, a galinha dos ovos de ouro deste Governo.

E, por sinal, foi conseguido. Com guerras de alecrim e manjerona entre o representante do PS pelo lado da ANTRAM e o Pardal que queria ser ave de rapina pelo lado dos trabalhadores.

Uma guerra de surdos, onde cada um NÃO expunha as suas verdadeiras razões, mas permitia alimentar a polémica e deixar que os verdadeiros assuntos de Estado ficassem à margem do Zé Povinho. E foram muitos assuntos que a pseudo Oposição deixou passar em claro. Desde os incêndios que não tinham combustível para alimentar os pasquins até às ameaças de greve dos trabalhadores da Ryanair ou dos técnicos e Conservadores dos Registros e Notariado, para não falar da falta de médicos nos serviços de Obstetrícia, no Algarve.

O importante era vender uma imagem de um governo forte (com os fracos) e trabalhar para alimentar as urnas com a cruzinha na putativa maioria.

O Pardal foi um apanhado na armadilha. A tática usada nos bastidores de dividir para reinar deu os seus frutos e este sindicato ficou a falar sozinho. Ao povinho não faltou o ouro negro e o chefe da banda deixou uma imagem de liderança e preocupação com o bem estar dos néscios.

quinta-feira, junho 13, 2019

Dia da Liberdade Condicionada


Ainda a propósito de discursos e da Liberdade.
 
Comemorou-se a 25-04 o dia da Liberdade e dos ideais de Abril.
O Poder e a própria Sociedade ainda não clarificou quais eram. Ergue-se a bandeira em defesa de uns mas actua-se em função de outros.
Porque a arrogância, a prepotência, e o abuso do Poder continuam a ser a pedra de toque desta nossa sociedade.
A distinção entre Direitos e Deveres é um assunto esguio e custa arrostar.
Temos, efectivamente, a Liberdade de expressão, uma das regalias de Abril, mas depois temos as consequências do uso desse direito. A perseguição, a ostracização e o desprezo.
A liberdade de respeitar os interesses individuais e colectivos passaram para segundo plano. O importante é não afrontar quem decide. A objectividade do pensamento e a clarificação de um desejo tem que ser contornada pela dicotomia filosófica de uma essência dialética com vista ao fim pretendido.
A liberdade de se ser um igual entre iguais foi ultrapassado pela hierarquização do poder e do seu lugar nesse estrato.
Temos uma Liberdade condicionada.
Condicionada pelo Poder económico, pela hierarquia social e, acima de tudo, pela necessidade.
A repressão passou a ter outra cara. Mais branda e com um tipo de violência diferente. A coacção moral passou a ser o modelo.
Manda quem pode, obedece quem deve.
Sempre foi assim e nem uma outra revolução dos cravos irá acabar com ela.

quinta-feira, agosto 23, 2018

Nostalgia

Hoje comemora-se o dia em que foi criado o Blogger.
Ao ouvir a noticia na Radio, tive uma certa nostalgia pelas horas dedicadas neste espaço a vários temas, em especial a uma das minhas paixões. O Remo.
Foram horas dedicadas a este meio de comunicação e informação que, apesar de ter perdido algum impacto, ainda continua vivo.
Esperemos que a minha vontade de "desabafar" por esta via reacenda.

quarta-feira, abril 17, 2013

Falhei!!!


A vida de um treinador é complicada.
O treinador é aquele em quem o atleta confia e está disposto a sofrer pelos sonhos que o seu mestre lhe induz.
E quando o mestre falha, a sua consciência não pode ficar tranquila. Porque o empenho e o esforço não tiveram a sua recompensa. Os êxitos são do atletas mas os inexitos são do treinador.
E eu falhei. Não porque não tivesse dado a motivação suficiente ou porque os atletas não tivessem seguido os ensinamentos.
Falhei porque os deixei ir fazer um Teste de ergómetro em que eu próprio não conhecia as máquinas. E isso não me deixa de consciência tranquila.
As condições de treino no Clube são aquilo que toda a gente sabe. As maquinas não tem mostradores e as que tem são do seculo passado, logo sem capacidade de aferir outros valores que não sejam os parciais e trabalhar a capacidade fisica. A única relativamente mais recente é minha e depois dessa já saíram pelo menos mais três modelos. É conhecido que considero o ergómetro uma excelente ferramenta de treino alternativo e pouco mais. Por considerar que o ergómetro influência o desempenho técnico, os treinos são pouco constantes com especial incidência no trabalho na agua.
Mas os testes foram realizados em ergómetros e recentes.
Apesar de ter pedido para se ambientarem e fazerem o aquecimento utilizando o “drag” em que se sentissem mais à vontade, a realidade é que colocaram a regulação na mesma posição que nas maquinas em que treinam. E elas não são iguais. O receio de falhar, o nervosismo e a ansiedade, sendo o seu primeiro teste de ergómetro na distância, fez com que eu acreditasse que aquela era a melhor opção delas.
Mas não foi. E a responsabilidade é minha pois é meu dever conhecer todas as realidade e medir as consequências.
Fizeram um mau resultado apesar do brilhante e esforçado desempenho.
É claro que se tivesse optado por lhes colocar a maquina mais “pesada” poderia estar com o mesmo dilema.
A realidade é que nas máquinas “velhas” fazem, em treino, valores que permitem acreditar que tem lugar entre os melhores atletas nacionais e, no primeiro e único teste a sério em maquinas novas ficaram bem longe do pedido. E não é por falta de valor, pois os resultados na água tem dito o contrário.
Ficaram de fora da etapa seguinte. Estou triste e desiludido. Não com elas ,mas comigo próprio.
Elas não mereciam.

domingo, abril 14, 2013

Testes Nacionais

É já na próxima 3ª feira, 16-4-2013 que terá lugar a primeira etapa da fase de apuramento para os atletas candidatos à Equipa Nacional.
O CDUP estará presente com duas atletas, a Sara Soares e Mariana Silva, ambas concorrentes nos escalão Junior, tentando os mínimos nos 5 Km de ergometro para, no dia 20-03, fazerem os testes de água.
Depois dos facilitismos do passado recente, em que bastava ser grande (altura) para ter acesso directo à Equipa nacional, agora passou-se do 80 para o 8, com testes exigentes e que irá fazer com que só mesmo os melhores tenham lá lugar. Agora não se abrem vagas na expectativa de ter atletas para preencher o lugar e justificar umas voltinhas por esse mundo fora. Porque o dinheiro é caro e é de todos nós.
Foi uma das primeiras medidas da nova Direcção da FPR liderada pelo Luis Teixeira e que merece o reconhecimento daqueles que consideram que a Selecção tem que ser para os melhores. E eu sou um deles.
Apenas considero que deverá ser tida em consideração a nossa realidade e devem ser feitos os respectivos ajustamentos estruturais para não se criar um vazio. O crivo deve ser cada vez mais apertado mas realista. E a transição passa por aproveitar os valores que a médio/longo prazo podem estar presentes entre os melhores. Começar a estudar os atletas que podem constituir tripulações para o futuro e não fazer apenas estágios em vésperas das grandes competições.
Porque demora anos a fazer uma Equipa. E temos muitos valores que pretendem trilhar esse caminho.
Desejo a melhor das sortes (como se o Remo dependesse da sorte) às duas candidatas do CDUP assim como a TODO(A)S os putativos representantes nacionais.
Façam a vida dificil ao Selecionador Nacional. Ponham-no a trabalhar com muitas tripulações.
Afinal Sevilha é aqui ao lado e será lá, entre os dias 29-05 e 02-06 que os Seniores poderão mostrar o que valem.
Já para os Juniores terão que fazer mais uns milhares de Km até Minsk, na Bielorrusia, entre os dias 23 e 26 de Maio próximo.
O tempo corre e todos gostariamos de ver Portugal com uma boa prestação.
BOA SORTE para todos.

quinta-feira, março 28, 2013

A Corrida começou.

Estamos a pouco mais de uma semana da corrida eleitoral para a FPR e já começa a haver assunto. Eu sei que me tinha comprometido moralmente com Orgão que represento em evitar fazer publicações neste MEU espaço, mas uma coisa é a nossa individualidade, outra a representatividade e, embora muitos queiram fazer crer, uma coisa não tem a ver com a outra.
Continuo a ser o mesmo, sujeito à critica e ao aplauso, mas sempre defensor dos MEUS princípios e valores. Portanto, tudo o que possa dizer ou escrever apenas me vincula a mim, pois é a MINHA opinião que está publicada.
Depois deste “parêntesis” volto ao tema original.
Parece que temos dois Candidatos à Direcção da FPR.
Um, já conhecido e tendo demonstrado atempadamente esse desígnio e outro que fiquei a saber pelas redes sociais, embora já se ouvissem rumores sobre essa eventual candidatura.
Depois de ter consultado o site da FPR vi que efectivamente ambos os nomes lá constavam. Agora o que não consta é os nomes das restante equipas Diretivas. E apesar do Art. 26º dos Estatutos não conferir poderes à AG para eleger ou destituir a Direcção, os restantes Artigos indiciam que as Listas devem ser todas apresentadas.
Assim, os Estatutos, no seu Art. 24º dizem qual a composição dos Orgãos Sociais: Assembleia Geral; Presidente; Direcção; Conselho Fiscal; Conselho de Disciplina; Conselho de Justiça e Conselho de Arbitragem.
Define ainda, no Artº 36º, a definição e constituição da Direcção. No Regulamento Eleitoral, o Art. 6º refere que o Presidente será eleito em LISTA própria, assim como os restantes Órgãos. Refere ainda no ponto 7 que “Cada LISTA deverá conter os nomes dos candidatos aos cargos correspondentes e respectivos mandatários".
Sem me querer estar a debruçar sobre aspectos jurídicos do novo Regime Juridico da Federações Desportivas, parece que temos aqui uma incongruência.
Será que se pode eleger um Presidente e não haver Direcção?
Imaginemos, no limite, que ninguém está disponível para, no prazo legal de 15 dias, pertencer à Direcção da FPR?
Teremos uma Direcção de um homem só?
Ou vamos estar sujeitos à escolha pelo Presidente dos seus “homens de Confiança” e eventuais detratores e carrascos do Remo Nacional?
A coisa parece aquecer. Vamos ver o que o futuro nos reserva.