domingo, janeiro 17, 2010

História da Rã

Enquanto aguardava pela transmissão na RTP2 do Nacional de Sprint de alguns meses atrás e matutava no novo Regulamento Nacional de Regatas, ia dando saltos de blog em blog, prendendo a atenção no esforço que o "Remo" (blog do Heráclito) tem feito no alerta das consciências dos dirigentes.
Veio-me então à memória uma história de Oliver Clerc (Genebra, 1961), escritor, editor, tradutor e conselheiro editorial especializado nas áreas de saúde, desenvolvimento pessoal, e relações humanas, a "História da Rã", publicada em outros blogs
"Imaginem uma panela cheia de água fria na qual nada, tranquilamente, uma pequena rã. Debaixo da panela é aceso um lume que vai aquecendo a panela muito lentamente.
Pouco a pouco, a água vai ficando morna, e a rã, achando isso bastante agradável, continua a nadar, mas a temperatura vai sempre subindo até que a agua fica mais quente do que a rã pode apreciar mas ela, embora incomodada, continua a nadar até que começa a ficar cansada mas não se assusta. Quando a agua começa a ficar realmente muito quente, a rã acha a agua desagradável mas, já cansada, começa a ficar debilitada e então suporta a temperatura e não faz nada.
A temperatura continua a subir, até que a rã acaba simplesmente cozida e morta.
Se essa rã tivesse sido lançada directamente na água a 50 graus, com um golpe de pernas ela teria pulado imediatamente para fora da panela."
Esta história pretende mostrar que as mudanças, feitas de um modo suficientemente lento, escapam à consciência e não despertam, na maior parte dos casos, reacção, oposição ou até mesmo alguma revolta.
Os esforços encapotados para acabar com a oposição, os artigos (regulamentos) dissimulados que os documentos emitidos em catadupa pela FPR trazem, os acordos "secretos" com alguns clubes não são mais que o aquecer da água.
O que tem acontecido na nossa modalidade (e não só) tem sido isso. Embora cada um (não) saiba em que ponto se encontra, o REMO está, assim como eu, meio cozido. Estou naquele ponto em que a temperatura já me está a debilitar. Agora só tenho duas alternativas: Ou salto ou morro cozido.
Cada um, seja dirigente, técnico ou atleta deve ter consciência do ponto em que se encontra, seja na modalidade, seja mesmo dentro do clube. E, acima de tudo, deve saber o que quer.
A mudança é sinónimo de evolução, de actualização e de crescimento. Mas tem que ser feita com consciência e com ideias esclarecidas. Fazê-la porque é "a ordem natural das coisas" e porque "se os outros não fazem nada, porquê eu?", acaba por ser como a rã nesta metáfora.
Depois não se queixem de serem "COZIDOS"

4 comentários:

Heráclito Guimarães disse...

Caro Super, agradeço a referência ás minhas tentativas e congratulo-o pela forma simples e directa como caracterizou o esatdo actual da modalidade.
Parabéns, mas por favor, não desanime, porque melhores dias estão para chegar.

Anónimo disse...

Puseste o "dedo na ferida".

Mas, infelizmente, há muitas rãs no Remo Português.

Assim seja. Esta farsa, como tudo, terá um fim.

Pena que leverá muitos anos a reerguer. Muitos mais anos perdidos.

Álvaro Branco
Barreiro

Anónimo disse...

" Para que o Mal vença, basta que os Homens Bons não façam nada".
Estas palavras não são minhas, são universais e adequadas ao triste cenário a que a actual Direcção da FPR está a conduzir o Remo Português.
Aconteça o que acontecer, creiam que todas as decisões tomadas em futuras AG's estão perfeitamente manipuladas, garantindo a aprovação a todos os devaneios que passarem pela cabeça desta Direcção. Esperem pelos dias seguintes à data de indicação e eleição dos Delegados para entenderem, de facto, aquilo que antevejo.
A solução é clara, radical e de dificil coordenação, mas quando me colocam entre a espada e a parede, a minha escolha é a espada. Essa solução não tarda a surgir com determinação e acutilância, assim os Homens Bons o queiram.

Jorge Nascimento

Anónimo disse...

Lembrem-se que o "NQL" tem eleições este ano e por esse facto tem de se estribar bem com a nomeação e eleição dos delegados.
Mais do que com programas eleitorais ou promessas de que de futuro a incompetência irá acabar, há que garantir até ao fim deste mês um leque bem escrutinado de delegados que previamente garantam o sucesso eleitoral e as maiorias em AG's. Tal como o anterior comentador disse: em Fevereiro a máscara irá cair, e aí sim, ficará provado que democracia na FPR é uma treta.