quinta-feira, junho 09, 2011

Ó crise, a quanto obrigas…

A esfera bloguista tem estado amorfa e pouca coisa tem saído. Aliás tenho recebido o pedido de um anónimo para actualizar a informação dos meandros da nossa modalidade, visto não faltarem temas, desde o crescente numero de demissões à volta da FPR, aos casos de processos de acusação a clubes e dirigentes, passando pelos resultados das provas que vão acontecendo.
Não faltam assuntos, portanto.
Mas o tempo e a vontade não tem sido muita por isso, vou deixando a caravana passar e comentar aqueles mais relevantes.
Esta ultima circular da FPR em que espolia os clubes dos míseros trocos que ainda recebem não pode passar em branco, tanto mais que tem efeitos retroactivos . Resta saber até que ponto é legal.
Uma Federação que tem orçado 1.058.047 € dos quais cerca de 900.000 Euros são do Orçamento do Estado e 37.309 € são sacados aos clubes, pouco fazendo pela vida em termos de procura de patrocínios, ao contrário do que apregoa aos clubes, fez uma razia no início da época com o corte dos subsídios aos clubes através, principalmente, do não pagamento dos pontos do ranking.Até aqui, todos sabiam com o que contar e fizeram as contas à vida e decidiram participar nas provas, cumprindo o seu objecto social. Agora que está a terminar a época, a (má) influência da “Troika”iluminou o grande Chefe e “vomitou” mais uma decisão de reduzir o valor a pagar aos clubes em termos de subsídios de transporte e de prémios de presença, com efeitos retroactivos a 1-01-2011, isto é, depois dos clubes terem feito quase toda a campanha. Pior ainda, é que o valor que o “Estado” decidiu penalizar as Federações foi de 5% e o corte que esta ultima circular prevê ronda os 20%. Mas não houve qualquer corte nas despesas a suportar pela Direcção ou ao serviço da FPR.
Se os clubes já suportavam uma boa parte das despesas de participação, agora subsidiam a FPR, já que na diferença dos valores, entre inscrições de atletas na FPR e nas provas e seguros o saldo deixa de ser positivo.
O CDUP já tinha decidido não participar em algumas das provas do Calendário nacional, ao contrário das provas de clubes, que se esforçam por promover a modalidade.
Resta saber o que é que os clubes querem desta forma federativa de “promover” o Remo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Muitas dúvidas me suscitam estes cortes, seja do ponto de vista legal, quer do ponto de vista técnico.

Mas uma coisa se torna evidente: a FPR deixou, definitivamente, de apoiar os Clubes como já havia feito com as Associações Regionais.

Parece que as verbas só já chegam para organizar os múltiplos campeonatos nacionais criados para fazer de conta e as despesas salariais, do vai-vem de directores federativos e, claro, os onorários de advogados para instruir processos disciplinares a clubes e dirigentes.

E tudo isto por órgãos socias em exercício ilegal já que não foram eleitos conforme determina o Regime Jurídico das Federações Desportivas.

Mas este assunto e muitos mais irá ser visto, a seu tempo, pelo Ministério Público.

E então cada um responderá pelo que tiver de responder. Incluindo pela prevericação e gestão danosa de se ter erquisitado a si próprio e agora ter penhoras pela Fazenda Pública por não ter deliberadamente pago as respectivas remunerações e encargos sociais, com o manda o regime jurídico das requisições administrativas e das cedências.

Como ainda acredito no Estado de Direito, acredito que justiça será feita e que quem esbulhou o remo português responderá e pagará o que houver a pagar.

Anónimo disse...

A responsabilização só existe em paises sérios como a Islandia. Em Portugal passa-se o oposto, premeia-se os infractores e responsabilizam-se as vitimas.

Anónimo disse...

O caro amigo tem razão para pensar assim. De facto neste país é hábito os entrujões safarem-se.
Mas neste caso, caro amigo, vai ser diferente.
Já está tudo a ser tratado em sede própria.
Vá por mim!