quarta-feira, julho 09, 2008

"Lei de Murphy"

Existem momentos em que penso que a gestão da nossa FPR segue as leis de Murphy: “Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará”, ou então "Se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resultar em catástrofe ou em consequências indesejáveis, certamente será a maneira escolhida por alguém para executá-la". Tem sido esta a posição dos actos de gestão com que nos temos confrontado.
Já tínhamos as penalizações da Taça, com uns desmentidos não confirmados e agora temos os do Nacional de Veteranos.
O CFV terminou esta jornada com 1 ponto negativo (já são 7 negativos - por este andar fica atrás dos clubes-fantasma), enquanto ao CNB foram retirados 20 pontos. Penso que é uma forma da FPR poupar uns trocos. Constou-me que esteve á espera do parecer do CJ para avaliar da validade e legalidade da circular 26/08 mas gostaria de conhecer o conteúdo do parecer. Onde é que refere a validade da verdade desportiva? Ou a retroactividade da lei? Ou ainda a básica informação da data de entrada em vigor desta prerrogativa? Será que todos os clubes estão atentos ou são conhecedores desta "lei"?
Será que estou a falar de cor e, como deveria ser, esta circular vai vigorar num início de época?
As reuniões de delegados tem sido feitas sobre brasas. O clima de crispação está sempre presente e em vez da FPR ter uma atitude apaziguadora e de consenso, actua exactamente de forma contrária. Os clubes procuram falhas nos regulamentos para confrontar esta direcção. É o que posso considerar "bater no fundo".
O fim do ciclo está próximo e a importância que alguns clubes dão a estes assuntos é muito ambígua. Se calhar é por ainda não sentirem na pele os efeitos desta politica.
Faço esta leitura na sequência do numero de presenças na reunião que houve em Coimbra.
Será que discutir o Remo e as nossas preocupações não é importante? Esteve presente um bom numero de clubes, uns concordando com algumas ideias, outros nem tanto, mas o que considero errado é reclamar, protestar na praça pública, dizer mal, mas na hora de se assumir uma posição, deixar para os outros o papel de "mau da fita".
O Remo é de todos nós, todos temos um papel e uma palavra a dizer. Se não participarmos, não temos legitimidade para reclamar.
"O todo tem que ser mais que a soma das partes"

2 comentários:

Unknown disse...

Sabes, acho jão não vale a pena bater nesta tecla, o que vale mesmo agora é mobilizar os clubes para o que realmente interessa, quando vejo que apenas um número razoável de clubes estiveram presentes leva-me a pensar se não iremos cair no mesmo, no mesmo mau estar dentro da modalidade.
Não será a hora de assumir-mos todos as nossas responsabilidades, para que mais tarde não possamos vir dizer que a politica está errada.
PArece-me que muita gente se afasta, por preguiça, por indiferença ou mesmo pelo velho habito do "deixa andar" , este é o momento de mudar e quem tiver ideias e projectos que se aproxime.
Não é de esperar grandes consensos, tem de haver discussão, mas acima de tudo temos de saber para onde queremos ir e como queremos ir.
Para quem não sabe para onde caminhar qualquer caminho serve e parece que foi isso que se passou nestes últimos anos.
Não podemos perder esta excelente oportunidade para encontrar um outro caminho para o remo.

Unknown disse...

Um dos problemas, entre, certamente, muitos outros, é que, em regra só reagimos por impulso às situações.

Habituámo-nos a só comentar quando as coisas acontecem ou mesmo só quando o que acontece afecta negativamente os nossos interesses.

Pelo meio nem sequer nos lembramos e muito menos fazemos algo para fazer evoluir e crescer a nossa modalidade.

Eu diria que “nos está no sangue”, se me é permitida a expressão.

Há uma enormidade de questões a serem seriamente debatidas e decididas. Não procurando ser exaustivo, realçam-se as seguintes

- Proliferação de campeonatos nacionais, consequente vulgarização dos respectivos títulos, concomitante abaixamento dos níveis competitivos e progressivo aniquilamento financeiro dos clubes (sobretudo os mais distantes do “centro do remo nacional).

- Normativos das regatas, alta competição, etc., completamente anacrónicos.

- Preocupação dos responsáveis federativos mais em “parecer” perante o IDP e o COP em vez de “ser”.

- Falta de uma estratégia de desenvolvimento da modalidade no que concerne à sua difusão geográfica e etária. Pelo contrário, tudo se fez para se centrarem as actividades em Montemor e Pocinho, numa lógica meramente economicista e instrumental.

- Sistemas de incentivos e apoios aos clubes que incentivam a mera procura de pontos pela quantidade, nem que seja à custa da qualidade.

- Abuso sistemático por parte da Direcção no exercício de competências que lhe estão vedadas. Destaca-se, entre outras, o exercício do poder disciplinar com elisão do respectivo processo, tudo perante a passividade do Conselho Jurisdicional. Mas também a sistemática regulação “por via administrativa” de actos que cabem em exclusividade à Assembleia-Geral, como é caso de alterações ao Código Nacional de Regatas.

Bem sei que será impossível o consenso total. Porém, tenho a esperança que, um dia, os responsáveis olhem para além do imediato e procurem encontrar formas de encontrar e singrar novos caminhos para o remo.

Não gostaria que se cumpra o que disse um amigo que a determinada altura se afastou do remo e disse: “Não vale a pena. Assim o remo vai acabar!”

Álvaro Branco